Mestre Nelito - Ação Griô - BA

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Sobre o Mestre Nelito

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Mestre Nelito, ou Euzébio dos Santos, é nascido em Santiago do Iguape. Migrou ainda pequeno para Santo Amaro onde viveu até os 11 anos, depois mudou-se para Salvador onde reside até hoje. Desde de muito cedo desenvolveu ações que contribuíam com o sustento da casa, como trabalhar na roça e carregar as roupas que a mãe lavava para ganho. Iniciou na capoeira ainda criança com Mestre Cobrinha Verde com quem seguiu e recebeu o título de Mestre. Começou a tocar percussão e se envolver com blocos carnavalescos na juventude, primeiro junto a Mestre Zé Carlos no bairro do Santo Antônio. Tornou-se Mestre de percussão e a partir daí é que passa a ser conhecido como Mestre Nelito e a atuar em diversos blocos de samba carnavalescos de Salvador. Entre eles 2 blocos no Engenho Velho da Federação, bairro em que vive atualmente, Cacique do Garcia e durante 28 anos esteve a frente Bloco da Mudança do Garcia. Já atuou como professor de percussão em projetos educativos com crianças e adolescentes no Engenho Velho da Federação e em Paripe. Sendo uma destas junto a Ação Griô, como Mestre, em 2009. Fundou o Grupo de Samba Chula Os Vendavais, sendo compositor e vocalista no mesmo. Seus ensaios são no bairro onde vive. O grupo mantém a tradição do samba chula há cerca de 25 anos, fazendo questão de manter a dinâmica tradicional da roda de samba chula. Os Vendavais tocam em pequenos eventos, festas e em alguns terreiros de Candomblé parceiros junto a festas de caboclo, festas para Santo Antônio e em Carurus para Cosme e Damião. Mestre Nelito participa da Associação dos Sambadores e Sambadoras do Estado da Bahia, onde já foi diretor e é titulado “Mestre Popular da Cultura” pela Fundação Gregório de Mattos em 2006. Desde 2008 faz parte do projeto “Cantador de Chula” que visa a pesquisa, registro, preservação e divulgação da chula.


Sobre o Edital Açao Griô Bahia

O projeto tem patrocínio do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Edital “Projetos Estratégicos 2013”. O objetivo é selecionar propostas de práticas e projetos educativos e culturais que regulamentarão o fundo de Bolsas de Incentivo Griô do Projeto Ação Griô Bahia, para instituir a Política Estadual de transmissão oral em diálogo com a educação formal, fortalecer a identidade e ancestralidade do povo brasileiro e registrar os/as Mestres Griôs e os/as Griôs Aprendizes em atuação na Bahia. Os objetivos do edital têm referências nas prioridades políticas definidas na III conferência estadual de Cultura da Bahia de 2009 e na Conferência Nacional de Cultura de 2010, sendo destaque na consulta pública das metas do Plano Nacional de Cultura em 2011, com referências também no projeto de Lei Griô que está em tramitação na Assembleia Legislativa da Bahia e no Congresso Nacional e nos editais lançados pelo Ministério da Cultura em 2006 e 2009. http://www.acaogrio.org.br/blog/2015/04/30/edital-acao-grio-bahia-adia-inscricoes-para-06-de-julho-de-2015/


Sobre o resultado do edital - http://www.acaogrio.org.br/blog/2015/09/09/comissao-do-edital-acao-grio-bahia-divulga-resultado-e-conclama-secult-pra-criacao-de-fundo-para-bolsas-de-incentivo-grio/

A ação contemplada

A ação contemplada pelo edital envolve, formalmente, a interação entre Mestre Nelito, eu Juliana enquanto griô aprendiz e o Prof. Pedro Abib enquanto elo com a Universidade Federal da Bahia e coordenador do grupo de pesquisa Griô: Culturas Populares, Ancestralidade Africana e Educação na FACED, espaço onde parte das ações irão ocorrer e dialogar com o público de pessoas universitárias de diversas áreas de conhecimento e níveis, sendo em sua maioria atuantes no campo da educação - formal ou não - em busca de fontes de conhecimento que contribuam na construção de um processo educativo não eurocêntrico e que valorize os saberes provenientes da cultura oral e de matrizes africanas. A possibilidade de desenvolver a ação surge também ligada ao meu encontro e participação nos coletivos A Corda Samba de Roda, grupo de prática e pesquisa em samba de roda que desenvolve seu trabalho com crianças em Tubarão no subúrbio ferroviário e no espaço da UFBA Ondina e o Coletivo Ginga de Angola de capoeira angola e desenvolve suas atividades semanais na Escola de Dança da UFBA e busca interações com outras práticas culturais de matriz africana. Os saberes e fazeres partilhados serão a história e o contexto de surgimento do samba e do samba chula e a história de vida de Mestre Nelito. Os elementos ligados a vivência do samba chula e o corrido, o canto, o toque, a dança e ritualidade da prática. Tudo dialogando com o ensino apreendido por pessoas de diversas áreas de conhecimentos que buscam em sua formação meios e elementos de trazer práticas da tradição oral para suas ações acadêmicas e educativas. O planejamento pensado previamente envolve ações de rodas de conversas, trazendo a sensibilização e o contato com a história, o contexto e dinâmica da prática do samba chula, bem como da história de vida e os saberes vividos pelo Mestre Nelito. O segundo momento é de vivência prática de todos os elementos presentes numa roda de samba chula, o canto, o toque, a dança. O terceiro momento vem de encontros com um compartilhamento mais abrangente dos saberes, a partir da apresentação das experiências vividas e saberes adquiridos pelo grupo que seguirá os encontros num espaço de maior visibilidade e abrangência dentro da Universidade e em bairros populares com os quais as pessoas e coletivos envolvidos na formação têm ações já em andamento, assim como no bairro do Engenho Velho onde mora o Mestre Nelito. O último momento envolve uma sistematização dos aprendizados trocados, num processo coletivo direcionado por mim enquanto aprendiz, somado pelo professor e aos olhos do Mestre, buscando depois disso a maneira mais “multiplicadora” para socializar a experiência e seguir com os frutos que surgirem nesta caminhada. Entendendo que este é o planejamento prévio e a caminhada é dinâmica e as melhores formas de interação e construção ainda estão sendo construídas no caminhar. Eu enquanto aprendiz, sigo atenta aos direcionamento, sutilezas e saberes partilhados pelo Mestre. A ideia é que este seja um espaço para socializar parte deste processo, colocando aqui o registro dos encontros.

A caminhada...

Aqui vão seguir breves relatos dos encontros que teremos no decorrer dos meses de projeto, feitos por mim , Juliana, e por quem mais se sentir tocada e a vontade para fazê-los. Relatos, fragmentos e qualquer transbordamento que as pessoas que participarem das ações quiserem socializar. Uma forma de registrar e compartilhar um pouco das caminhadas que se somam e são tocadas em nossos encontros.


  • 21 de setembro de 2015 - Iniciando os trabalhos


Primeira vez que eu e o Mestre nos encontramos depois da notícia de aprovação do projeto, antes estávamos nos comunicando mais apenas por telefone. A conversa foi animadora e cheia de gás com o animo demonstrado pelo Mestre. A vontade de seguir adiante com os trabalhos, pois para ele:”estamos atrasados”. A sensação foi da firmação de um vínculo que vai cada vez mais se estreitando, uma abertura a mais para compartilhar a caminhada. Apresentei mais uma vez detalhadamente o projeto ao mestre, disse que os encontros na UFBA talvez tivessem de esperar um pouco por conta da greve que segue e ainda não tem previsão para termino. Contei mais sobre o coletivo A Corda Samba de Roda e nossas ações. O mestre então demostra a vontade do Mestre de logo conhecer o grupo todo e ir a Tubarão num ensaio aberto. Combinamos rapidamente a ida a Tubarão no próximo domingo para conhecer as sambadeiras e sentir a melhor forma de seguir a caminhada também por lá.


  • 27 de setembro de 2015 é um dia tão bonito...

Há um ponto de jongo da comunidade do Jongo de Tamandaré que diz: 27 de setembro é um dia tão bonito, criança come doce e ainda chupa pirulito. Eu como vinda de lá das bandas de São Paulo alegrada por rodas de jongo de la e aprendendo a saudar a energia das crianças e dos eres que nos renovam, sempre me vem a cabeça este ponto quando vem chegando as energias de setembro. A energia de setembro pelas bandas de Salvador são ainda mais alegre, todo fim de semana tem gente dando caruru, tem 7 meninos comendo e muitas crianças adoçando o dia. Neste 27 de setembro, primeiro pelas bandas de cá, tornou-se ainda mais especial com o primeiro encontro de Mestre Nelito com as sambadeiras e sambadores do A Corda Samba de Roda e sua celebração. Chegamos primeiro ao aconchego da casa de Natureza, mulher guerreira que dentre muitas caminhadas tomou ou foi tomada pela missão de contribuir na continuidade e propagação do samba de roda e todos os elementos de luta e alegria que dele fazem parte e assim coordena o A Corda Samba de Roda.


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Como nós foram chegando as crianças sambadeiras de Tubarão e toda a irmandade sambadeira da A Corda, se aprontando pra seguir cantando, sambando e convidando aqueles que são de chegar para a roda de samba na orla de Tubarão.

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A roda foi linda, saudamos Cosme e Damião estes dois meninos levados que nos lembram da alegria das crianças e tudo que se renova e se fortalece com elas. Mestre Nelito, nosso grio, foi quem abriu e fechou a roda.

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Este era dia também de caruru do grupo na casa de Natureza, então depois da roda à beira do mar seguimos para continuar a celebração. Foi chegando mais gente, outras das pessoas que fortalecem fazem parte e fortalecem a irmandade do A Corda. Depois de comer moqueca, vatapá e caruru seguimos em roda, desta vez de conversa, regada a descontração, respeito e ouvidos atentos às historias e cantigas que o mestre tinha a nos contar e cantar.


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Pra finalizar seguimos com mais samba e alegria.


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Sigo encantada com a vivencia e com a certeza de que há muito a aprender. Por parte do Mestre, que segue encantando seu redor, ouvi que agora se eu for para convidá-lo a algum lugar que seja como tão bom quanto ali.


-As fotos que seguem junto ao relato são minhas, de Clara Dutra(sambadeira de Tubarão) e de Rai Blue.


Alguns dos Sambas para Comes e Damião cantados na roda, por Mestre Nelito.

Tava na ladeira sem poder descer Cosme e Damião venha me vale

Venha me valer, venha me valer Cosme e Damião, venha me valer


Outros Sambas do Mestre Nelito

Já farreou raiou o dia

Democracia é uma língua popular.

Cadê a constituinte pra acabar com o preconceito racial

Quem pode pode, quem não pode se sacode

Quem tá por cima pode até voar

Brasil pra que tanta beleza,

O povo passando fome no meio de tanta riqueza



19 de outubro de 2015 Desta vez o encontro foi em minha casa, como o Mestre preferiu. Fomos só nós dois para desenhar melhor as ações do próximo mês. Conversa pela manhã em meio a rotina da semana, rápida, mas sempre cheia de aprendizado. Desenhamos as ações das próximas semanas que incluem: - Visita a uma escola municipal do Engenho Velho da Federação onde acontecem treinos de capoeira e aulas de percussão aos fins de semana; - Com a retomada das aulas, após a greve da UFBA teremos um encontro dentro da Ação Curricular em Comunidade e em Sociedade - ACCS - Saberes e Fazeres da Cultura Popular na Educação, do Professor Pedro Abib, em novembro.


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24 de outubro de 2015 Encontro de Samba Mirim

3º Intercâmbio dos Grupos de Samba Mirim.


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Mestre Nelito foi convidado por Neném Calabar responsável pela Brava Orquestra projeto de educação musical sediado no bairro de Canabrava para participar do encontro que aconteceu na Escola Municipal e Comunitária de Canabrava. O Mestre me ligou para dizer que gostaria que eu fosse com ele. Eu adorei o convite e fiquei muito animada por saber que o encontro seriam com crianças que estão neste processo de fazer e viver o samba de roda. Chegamos antes do início do evento, porque “Mestre tem que chegar mais cedo”, como me lembrou o mestre Nelito. Fomos eu, o Mestre e seu neto Leandro de 8 anos, que costuma acompanhá-lo em algumas oficinas e deixa transbordar no corpo a energia e o ritmo do samba. O encontro contou com a presença de 4 grupos de samba mirim, Samba Mirim Frutos do Mestre (Terra Nova), Samba Mirim de Irará (Irará), Samba Mirim Raízes de Acupe (Santo Amaro) e Samba Mirim Violinha do Quilombo (Simões Filho), além da Brava Orquestra. O primeiro momento contou com a apresentação individual de todas as crianças presentes, dizendo o nome, de onde vinha e porque estava no samba. Após a breve apresentação houve as falas dos mestres e mestras que ali estavam, uma rápida apresentação de cada um dos grupos e a finalização com a junção de alguns integrantes de cada grupo juntamente com Mestre Nelito para finalização. Momento de fruição e alegria com tudo aquilo que o samba tem a nos oferecer de aprendizado e libertação.


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Links com registros do evento:

Vídeo do Samba Mirim de Irará, com Mestre Celino de Terra Nova sambando.


Fotos compartilhadas pela Marujada Saubara.


Alguns dos Sambas guardados ouvidos no encontro:


Quero ver Maria quem é este sambador

Quero ver Maria quem é este sambador (2x)


Sambador que não pega numa enxada

Que não rala no prato com a colher

Que não dá relativo numa chula

Que não dá umbigada na mulher

Se quiser ser famoso não consegue

Se quiser fazer samba ninguém quer

(Cantado por Samba Mirim de Irará)



31 de outubro de 2015 Encontro de Mestres e Mestras do Samba de Roda em Santo Amaro 8º Encontro dos Mestres e Mestras do Samba de Roda em Santo Amaro

O Encontro dos Mestres e Mestras do Samba de Roda foi mais um espaço que pude estar e conhecer graças ao Mestre Nelito, que me fez o convite e que entende como parte do nosso trabalho conjunto a presença em espaços como estes.

Um momento importante em que eu pude ter real dimensão do que significa estar e trabalhar junto com o samba de roda numa perspectiva mais institucional. Conhecer a sede da ASSEBA em Santo Amato, parte das pessoas que a movimentam e o significado que a mesma tem num cenário da política cultural e no trabalho de salvaguarda do samba de roda. Este 8º encontro primou pelas falas institucionais, do IPHAN principalmente, e por um balanço da caminhada dos 10 anos do registro do Samba de Roda enquanto patrimonio imaterial. Trouxe também a caminhada das Assembleias itinerantes que ocorreram ao longo destes anos em diversas cidades onde existem grupos de samba de roda e elencaram objetivos necessários para garantir o reconhecimento e o fortalecimento do samba de roda e de seus sambadores e sambadeiras. Um aprendizado e tanto pra quem tá chegando quase agora neste mundo que é o samba de roda.

Também tive a oportunidade de conhecer pessoas que seguem comprometidas com o trabalho do samba de roda e conhecer, ouvir, ver e sentir outros grupos de samba de roda.

Registros do encontro compartilhado pela ASSEBA - https://www.facebook.com/media/set/?set=a.894659597249479.1073741835.867139850001454&type=3

Mesa de abertura

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Samba de Lata

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Mestre Nelito

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Samba de Roda Suspiro do Iguape

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05 de novembro de 2015 Encontro na FACED/UFBA

Encontro com o Grupo de Pesquisa Griô- Culturas Populares, Ancestralidade Africana e Educação

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Eu apresentei um pouco da ideia do projeto contemplado para as pessoas que fazem parte do grupo de pesquisa Griô e logo depois o O Mestre Nelito esteve presente em parte da reunião. A conversa no grupo foi bem bacana, o mestre contou um pouco sobre sua vida pra gente e ouvi as nossas breves apresentações, tudo rápido porque a ideia é que hoje a ideia principal era sua participação na Ação Curricular em Comunidade e em Sociedade - ACCS - Saberes e Fazeres da Cultura Popular na Educação, do Professor Pedro Abib. A breve conversa rendeu bastante e pensamos que talvez o próprio grupo pode ser um caminho para que algumas das ações sejam melhor desenvolvidas ao longo dos nossos 9 meses de ação. Na fala do mestre, junto ao grupo ficou marcada pra mim a questão do espaço que o samba de roda vem perdendo em seu bairro - Engenho Velho da Federação - por conta de dois fatores: as religiões evangélicas e a violência. Por conta do envolvimento com o tráfico por exemplo muitos jovens não se interessam pelo samba, e o Mestre relatou também que diversos integrantes do seu grupo, instrumentistas sambadores, já deixaram de fazer parte do grupo, Os Vendavais, por conta da conversão à religiões protestantes. A conversa foi breve, desta vez, mas reverberou reflexões importantes pra mim, inclusive enquanto estratégias de ação.

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Na ACC, tivemos um breve momento de apresentação de todas as pessoas presente. Propus que fizemos o exercício de fazer de nossa apresentação além de relatos de formação acadêmica, que buscássemos compartilhar ali também as demais vivencias que temos na vida e que fazem sermos o que somos. Afinal, o Mestre estava ali pra dividir com a gente um pouco da sua vida, misturada aos saberes e fazeres do samba de roda. O exercício foi bacana e as apresentação revelou alguns poetas, dançarinos e outras pessoas que têm ligações com linguagens artísticas, com elementos das culturas populares, ou vontade de aproximação aos mesmos.Tudo enquanto sendo importantes pra vida enquanto busca de satisfação ou de ligação com as raízes do que se é.

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Depois das apresentações partimos pra fala, canto, toque de Mestre Nelito. Ele nos falou sobre o samba e também deu também uma aula sobre o pandeiro dentro de diversas práticas culturais do recôncavo baiano, como o caso do Terno de Reis e as Trezenas de Santo Antônio. Nos mostrou um pouquinho da musicalidade de cada uma dessas expressões no pandeiro. Falou um pouco sobre as diferenças entres os sambas, mostrou um pouco da estrutura de canto e das palmas do samba chula e nos cantou alguns sambas acompanhado pela viola do Prof. Pedrão. Uma noite de alegria que só fez deixar um gosto de quero mais, já que as quase 2 horas da disciplina passaram rapidinho. Do lado do Mestre vei a vontade de ter mais instrumentos para que todos pudessem tocar um pouquinho, ter mais tempo de encontro e estar junto com as outras pessoas do seu grupo os Vendavais. Caminhamos...

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  • A última foto não teve como sair sem ser tremida, o câmera do celular não é lá essas coisas e o povo não parou pra foto.


22 de novembro de 2015 Escola Municipal Engenho Velho da Federação - Baixa da Égua

Construindo a caminhada para desenvolver ação também no bairro onde vive o Mestre Nelito, neste domingo pela manhã fomos conhecer o projeto desenvolvido pelo Mestre Vermelhão de Capoeira Regional na Escola Municipal Engenho Velho da Federação no Baixo da Égua no Engelho Velho da Federação. Há atividades de percussão aos sábados, aos domingos treino de capoeira regional e um espaço que o Mestre Vermelhão chama de interculturalidade. Neste domingo,por conta da visita de Mestre Nelito, houve apresentação de uma roda de capoeira e do grupo de percussão. A roda de capoeira foi bonita, cheia de crianças das mais variadas idades e de adolescentes alegres e dedicados aquele momento.

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A breve apresentação do grupo de percussão Avassala Som foi cheia de energia.

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Mestre Nelito levou de presente a Mestre Vermelhão o catálogo dos mestres e mestras do samba de roda da Bahia.

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Foi uma manhã de muita troca e gratidão às crianças e adolescentes lá presentes e uma porta para aproximação com a comunidade da qual Mestre Nelito faz parte e para somar neste espaço. Já que o Mestre relatou que há alguns anos não desenvolve nenhuma atividade em sua comunidade.

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A proposta foi conhecer o projeto para que no próximo ano possamos somar também neste espaço com a presença de Mestre Nelito em algumas das atividades e minhas, Juliana, desenvolvendo atividades que possam contribuir pra relação e desenvolvimento das atividades do Mestre. Ficamos sabendo também de outros projetos desenvolvidos pelo Mestre Vermelhão como o cineclube quinzenal que ocorre aos sábados no início da noite no bairro. Outro espaço que pretendemos ocupar com apresentação do documentário dos cantadores de samba chula e roda de conversa com Mestre Nelito.

A caminhada vai se somando a outras e as ações e suas possibilidades vão ficando mais ricas.


09 de dezembro de 2015 Credenciamento Carnaval do Pelourinho Nas conversas e encontros semanais com Mestre Nelito ele veio sempre falando da vontade de voltar a tocar no carnaval do Pelourinho junto a seu grupo Os Vendavais. Há cerca de uns 3 anos o grupo não toca mais no carnaval, segundo o Mestre isso tem uma ligação com a maneira da seleção dos grupos e artistas que tocam no carnaval e a política municipal. Sem entrar em muitos detalhes o Mestre só sempre foi deixando bem latente a vontade e a importância que entende que tem a presença do samba chula no carnaval do Pelourinho. O Mestre conta com alegria os momentos das apresentações nos palcos do Pelourinho com o grupo e a vibração das muitas pessoas que os assistiam. Fui buscar qual o caminho que os grupo devem seguir para fazer apresentações durante o carnaval e cheguei ao processo de credenciamento e demais etapas de avaliação que a Secretaria de Cultura do Estado apresenta para que os grupos possam ser avaliados e contratados para as apresentações durante o Carnaval do Pelourinho 2016. O processo de burocratização do credenciamento para o carnaval e a falta de apoio de produção e registro do trabalho dos Vendavais é certamente um dos fatores que fazem com que tocar no carnaval não tenha mais ocorrido. Entendi que colaborar com o processo de credenciamento dos Vendavais no Carnaval do Pelourinho 2016 faz parte da troca que cabe a minha atuação enquanto aprendiz griô junto ao mestre Nelito. Assim segui no processo de credenciamento e na preparação do material artístico para seleção. Entendo que é também um grande aprendizado poder saber e ouvir mais das histórias das apresentações dos Vendavais e auxiliar o Mestre a rememorar e registrar um pouco mais da história do grupo.


12 de dezembro de 2015 Sarau na Mata O espaço Centro Cultural Mata Inteira um local de mata preservada atrás da Escola de Dança da UFBA Ondina onde o Grupo Cultural Mata Inteira leva adiante o trabalho de aulas de percussão e ações poético musicais iniciado por Mestre Ivan Machado, falecido em 2012. O grupo Mata Inteira é composto por estudantes de diversas áreas da UFBA todos interessados em aprender e a trocar o quanto a pratica de ritmos afro-brasileiros. O Grupo desenvolve mensalmente a ação do Sarau na Mata, onde há apresentações livres das mais variadas linguagens. O A Corda Samba de Roda, coletivo de prática e pesquisa em samba de roda, já conhecido por Mestre Nelito também participa sempre das ações do Sarau na Mata. O Sarau de dezembro é especial, é a celebração do aniversário de Mestre Ivan e seu legado. Assim entendi que promover o encontro de Mestre Nelito com este espaço onde floresce a vontade por aprender com os mais velhos sobre a cultura e o fazer das práticas culturais afro-brasileiras neste momento seria ótimo. Mesmo breve a presença, as palavras, a voz e a alegria de Mestre Nelito é mais uma semente a brotar por ali. O Mestre foi quem comandou a roda de samba junta as sambadeiras do A Corda Samba de Roda e os tocadores da Mata Inteira. Celebramos com alegria a oportunidade da presença de Mestre Nelito naquele espaço com corpos e ouvidos atentos, talvez a primeira de outras que virão.


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Fotos Paulo Correia


Registros completos do IX Sarau da Mata


16 de dezembro de 2015 Planejamento para 2016

Aproveitando nosso encontro, de avaliação do Sarau na Mata e de organização do material artístico para avaliação do processo de credenciamento de apresentação para o Carnava do Pelourinho 2016 conversamos também sobre o planejamento para o próximo ano. Repassei a Mestre Nelito a proposta que pensei em concentrarmos as vivências de samba chula em uns 3 meses de maneira menos esparsas, já que passamos o primeiro momento de sensibilização junto a vários coletivos e espaços. O espaço pode ser uma sala da Faculdade de Educação da UFBA, o professor Pedro Abib se colocou super a disposição de auxiliar neste processo para que possamos fazer encontros quinzenais. Seguimos na caminhada do próximo ano...


20 de janeiro de 2016 Ano que se inicia


22 de fevereiro de 2016 Caminhada lenta e contante

Diversas questões da vida do mestre que complicam a caminhada. Atividade dentro das disciplinas de Pedrão no pŕoximo mês, caminhando para sensibilização da presença nas atividades continuadas a partir de abril


10 de março de 2016 Atividade na Disciplina Educação e Identidade Cultural

Primeiro documentário sobre viloa Machete Falar sobre o que apareceu nas apresentações quando trazer a memória do samba Roda com o Mestre Questões de violência muito forte e presente na caminhada


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Conseguimos uma sala na FACED para desenvolver as atividades de musicalidade do samba Chula junto com o Mestre a partir de abril. Quartas-feira das 16h as 18h.

17 de março de 2016 Atividade na ACCS - Saberes e Fazeres da Cultura Popular na Educação

O que foi relatado nas apresentações na memória afetiva do samba.

(colocar nuvem com as palavras)


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Fotos de Álvaro Assunção


23 de março de 2016 Inscrições Oficinas de Musicalidade do Samba Chula na FACED/UFBA

Inscrições até dia 02/04 para oficinas de musicalidade de samba chula que acontecerá as quartas-feiras (06/04 a 01/06) das 16h as 18h na sala de ginástica da Faculdade de Educação da UFBA. O objetivo da oficina é que os participantes conheçam o contexto do samba Chula e se familiarizam com sua musicalidade através de vivências junto a Mestre Nelito.

Inscrição aqui

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Links

Cantador de samba chula - https://cantadordechula.wordpress.com/